snowden sem porto de abrigo
Espionagem: Condições de Putin inviabilizam permanência
na Rússia
Quase duas dezenas de países rejeitaram pedido de asilo feito
pelo ex-analista da CIA. Venezuela parece ser a única disposta a desafiar
Washington
Cerca de duas dezenas de países rejeitaram ontem o pedido de
asilo feito pelo antigo analista da CIA Edward Snowden, que assim vê o seu
espaço de manobra cada vez mais reduzido.
Restalhe a Venezuela, o único
país que nas últimas horas manifestou o seu apoio ao homem mais procurado pelos
Estados Unidos.
Snowden, que continua na zona de trânsito do aeroporto de
Moscovo, enviou domingo pedidos de asilo a 21 países, mas a resposta foi
praticamente unânime da Ásia à América Latina, passando pela Europa: não.
Alguns, como Espanha, Equador, Noruega ou Áustria, invocaram motivos técnicos,
como o facto de o pedido não ter sido feito no seu território. Outros, como a
França ou a Alemanha, disseram não ter recebido qualquer pedido, enquanto países
como o Brasil, a Índia ou a Polónia limitaram-se a rejeitá-lo, sem adiantar
explicações. Vários nem sequer responderam.
Já no caso da Rússia, foi o próprio Snowden quem retirou o
pedido que apresentara, horas depois de o presidente Vladimir Putin ter dito que
o ex--analista da CIA só poderia permanecer no país "se deixar de prejudicar os
nossos amigos americanos".
Perante tamanha desmobilização, a única solução para Snowden
poderá passar pela Venezuela, cujo presidente, Nicolás Maduro, está em Moscovo e
disse ontem que o fugitivo "merece toda a proteção contra a perseguição de que é
alvo por parte dos EUA". "Porque andam atrás dele? O que fez de mal? O que ele
fez foi algo de muito importante para a Humanidade", defendeu, dando a entender
que estaria disposto a acolher o ex-analista da CIA.
Entretanto, em carta aberta divulgada segunda-feira, Snowden
critica a administração Obama, que acusa de "usar a cidadania como arma".
"Embora não tenha sido condenado por qualquer crime, o meu passaporte foi
revogado, tornando-me um apátrida", acusa.
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