Navio europeu
Quando um barco mete água é usual aliviar a carga, mas a União
Europeia, navio com rombos graves e antigos, faz o inverso.
Por:Francisco J. Gonçalves,
Jornalista
A adesão da Croácia é um peso mais na pesada (e avariada)
máquina europeia.
O país está em recessão há quatro anos, não se percebendo o
que traz de proveitoso para a UE.
Um novo mercado? Mais trocas comerciais? Com
quem? Portugal? O que daí possa vir será igual a nada, pois entre roto e nu a
diferença é um bolso furado para guardar trocos.
Mas a Europa tem futuro, diz Ivo Josipovic, presidente croata,
e Durão Barroso concorda.
O otimismo fica-lhes bem, mas para os europeus essas
palavras são uma irresponsabilidade cara.
O que nessa teimosia se revela é a barreira que divide governos
e governados...
Os primeiros não são representantes bem intencionados dos segundos
e estes revelam sinais perigosos de cansaço.
As manifestações violentas no
Brasil ou na Turquia, na Grécia ou no Egito, têm razões locais que as distinguem
à superfície. Mas o fundo do descontentamento é o mesmo e resulta da perceção
(infelizmente exata) de que quem governa defende interesses particulares à custa
do bem geral.
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