dívida pública ameaça pensões ....
Estado: Especialistas alertam para riscos elevados na
gestão do fundo
Por:António Sérgio Azenha
Se houver uma reestruturação da dívida, pode haver perdas altas
A concentração do dinheiro do Fundo de Estabilização Financeira
da Segurança Social (FEFSS) em aplicações na dívida pública portuguesa, como
determina uma medida aprovada esta semana pelo Governo, poderá pôr em risco o
pagamento futuro das pensões dos portugueses.
Caso a dívida pública portuguesa tenha de ser reestruturada,
como vários especialistas já alertaram na sequência da atual crise política, "se
houver perdas no FEFSS, as pensões correm sérios riscos de perder muito
dinheiro", alerta João Cantiga Esteves, professor de Economia no Instituto
Superior de Economia e Gestão (ISEG). No final de junho, o FEFSS tinha um valor
total de 11 mil milhões de euros.
O Governo, através de uma portaria assinada ainda pelo ex ministro das Finanças e pelo ministro da Segurança Social, determina que, a partir de 3 de julho, sejam investidos em dívida pública portuguesa até 90% das verbas do FEFSS.
O Governo, através de uma portaria assinada ainda pelo ex ministro das Finanças e pelo ministro da Segurança Social, determina que, a partir de 3 de julho, sejam investidos em dívida pública portuguesa até 90% das verbas do FEFSS.
Vítor Gaspar e Pedro Mota Soares
dizem que a medida está prevista no memorando assinado com a troika e tem em
vista a sustentabilidade da dívida do Estado.
No final de junho, segundo o Ministério da Segurança Social, o valor do FEFSS ascendia a 11 mil milhões de euros, dos quais cerca de 55% aplicados em dívida pública portuguesa.
No final de junho, segundo o Ministério da Segurança Social, o valor do FEFSS ascendia a 11 mil milhões de euros, dos quais cerca de 55% aplicados em dívida pública portuguesa.
Com a nova
orientação do Governo, o investimento do FEFSS em dívida pública aumentará para
9,9 mil milhões de euros, contra os atuais seis mil milhões de
euros.
Para Cantiga Esteves, "o risco é demasiado", até porque "não é recomendável pôr os ‘ovos todos no mesmo cesto’".
Para Cantiga Esteves, "o risco é demasiado", até porque "não é recomendável pôr os ‘ovos todos no mesmo cesto’".
José Santos Teixeira,
responsável da Optimize, reconhece que o reforço das aplicações do FEFSS "é bom
para a dívida pública, porque é um comprador suplementar e pode segurar as taxas
de juro no mercado secundário." Só que, "no fundo, aumenta o risco no pagamento
futuro das reformas", frisa.
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