golfinhos
Mortes de golfinhos cresce e saúde dos oceanos preocupa
01/2014 | 00:04 | LIZETTE ALVAREZ
Como um mistério marinho macabro, as carcaças começaram a aparecer na costa de
Nova Jersey em junho. Em pouco tempo, vários corpos apareceram na Virgínia, nas
Carolinas do Norte e do Sul, na Geórgia e, mais recentemente, na Flórida, onde
os animais vivem no inverno.
No ano passado, cerca de 1 mil golfinhos – oito vezes mais que a média histórica – apareceram mortos entre Nova York e a Flórida, a grande maioria vítima do Morbillivirus cetáceo. O grande número de mortes causado pelo ressurgimento do vírus, responsável pela morte de ao menos 700 golfinhos há 25 anos, alarmou os cientistas marinhos. As mortes, justamente com o aparecimento de outros golfinhos mortos nas costas leste e oeste da Flórida, levantam novas questões sobre a saúde dos oceanos.
“Os mamíferos marinhos são ótimas sentinelas da saúde dos mares e dos seres humanos; eles funcionam como indicadores quando algo não vai bem”, afirmou o dr. Greg Bossart, patologista veterinário do Aquário da Geórgia. Uma vez que os golfinhos-nariz-de-garrafa estão no topo da cadeia alimentar, eles vivem muito tempo e perto da costa, afirmou o dr. Bossart, “e tudo que acontece nas áreas costeiras tem um impacto sobre eles e, potencialmente, sobre nós”.
As mortes, classificadas como um evento de mortalidade não usual, não possuem um padrão demográfico discernível.
A situação na Flórida é especialmente complicada, com os golfinhos enfrentando uma tripla ameaça. Cerca de 80 golfinhos que viviam permanentemente no estuário do Rio Indian, na costa leste, morreram depois que seu ambiente foi comprometido. Além disso, 233 animais morreram ao norte do Golfo do México. Ambos os eventos foram considerados de mortalidade não usual.
As causas das mortes parecem não estar relacionadas; cada grupo de golfinhos enfrenta desafios diferentes – doenças, ambientes poluídos, infecção e possíveis resíduos do vazamento da plataforma Deepwater Horizon, da BP, em 2010.
“É alarmante quando vemos tantos mamíferos marinhos morrerem de uma só vez por razões diferentes”, afirmou Erin Fougeres, bióloga do serviço de pesca da Administração Nacional Atmosférica e Oceânica, que está investigando as mortes. “Não podemos dizer que elas estejam ligadas, mas isso mostra que existem muitos desafios enfrentados pelos mamíferos marinhos.”
Desta vez, os cientistas que encontraram pela primeira vez o Morbillivirus cetáceo há 25 anos foram capazes de detectar a doença pouco depois que os golfinhos apareceram na orla do mar. Mais de 90 por cento dos 181 golfinhos apresentavam o vírus. Durante o último surto, o vírus matou golfinhos durante 10 meses, o que significa que desta vez os golfinhos podem continuar a morrer até maio. Os golfinhos infectam uns aos outros pelo ar que expelem pelos respiradores.
Enquanto isso, outras ameaças persistem, e a maior delas é que o vírus possa se espalhar para os golfinhos da Costa do Golfo e para a população já vulnerável da Lagoa do Rio Indian.
Pesquisas realizadas em alguns golfinhos mortos no estuário – 76 morreram no ano passado, a terceira série de mortes desde 2001 – mostrou que alguns possuíam níveis altos de mercúrio, doenças causadas por fungos, bactérias resistentes a antibióticos e tumores orogenitais. “Precisamos nos perguntar de ondem vêm as bactérias resistentes a antibióticos que atacam os golfinhos”, afirmou o dr. Bossart, envolvido no estudo dos golfinhos do Lago do Rio Indian. “A primeira coisa que vem à mente é a poluição ambiental.”
Na Costa do Golfo, da fronteira entre o Texas e a Louisiana até o “cabo da panela” da Flórida, a morte dos golfinhos vem acontecendo há muito mais tempo. As mortes começaram na Louisiana em fevereiro de 2010, antes do derramamento de petróleo da BP. O derramamento se tornou mais uma das causas possíveis para a alta taxa de mortalidade entre os golfinhos.
“Não podemos dizer com certeza o que o petróleo causou naquele momento”, afirmou Fougeres. “Mas o evento é totalmente novo em ternos da durabilidade da mortalidade e do número de mortes causadas em decorrência do evento.”
No ano passado, cerca de 1 mil golfinhos – oito vezes mais que a média histórica – apareceram mortos entre Nova York e a Flórida, a grande maioria vítima do Morbillivirus cetáceo. O grande número de mortes causado pelo ressurgimento do vírus, responsável pela morte de ao menos 700 golfinhos há 25 anos, alarmou os cientistas marinhos. As mortes, justamente com o aparecimento de outros golfinhos mortos nas costas leste e oeste da Flórida, levantam novas questões sobre a saúde dos oceanos.
“Os mamíferos marinhos são ótimas sentinelas da saúde dos mares e dos seres humanos; eles funcionam como indicadores quando algo não vai bem”, afirmou o dr. Greg Bossart, patologista veterinário do Aquário da Geórgia. Uma vez que os golfinhos-nariz-de-garrafa estão no topo da cadeia alimentar, eles vivem muito tempo e perto da costa, afirmou o dr. Bossart, “e tudo que acontece nas áreas costeiras tem um impacto sobre eles e, potencialmente, sobre nós”.
As mortes, classificadas como um evento de mortalidade não usual, não possuem um padrão demográfico discernível.
A situação na Flórida é especialmente complicada, com os golfinhos enfrentando uma tripla ameaça. Cerca de 80 golfinhos que viviam permanentemente no estuário do Rio Indian, na costa leste, morreram depois que seu ambiente foi comprometido. Além disso, 233 animais morreram ao norte do Golfo do México. Ambos os eventos foram considerados de mortalidade não usual.
As causas das mortes parecem não estar relacionadas; cada grupo de golfinhos enfrenta desafios diferentes – doenças, ambientes poluídos, infecção e possíveis resíduos do vazamento da plataforma Deepwater Horizon, da BP, em 2010.
“É alarmante quando vemos tantos mamíferos marinhos morrerem de uma só vez por razões diferentes”, afirmou Erin Fougeres, bióloga do serviço de pesca da Administração Nacional Atmosférica e Oceânica, que está investigando as mortes. “Não podemos dizer que elas estejam ligadas, mas isso mostra que existem muitos desafios enfrentados pelos mamíferos marinhos.”
Desta vez, os cientistas que encontraram pela primeira vez o Morbillivirus cetáceo há 25 anos foram capazes de detectar a doença pouco depois que os golfinhos apareceram na orla do mar. Mais de 90 por cento dos 181 golfinhos apresentavam o vírus. Durante o último surto, o vírus matou golfinhos durante 10 meses, o que significa que desta vez os golfinhos podem continuar a morrer até maio. Os golfinhos infectam uns aos outros pelo ar que expelem pelos respiradores.
Enquanto isso, outras ameaças persistem, e a maior delas é que o vírus possa se espalhar para os golfinhos da Costa do Golfo e para a população já vulnerável da Lagoa do Rio Indian.
Pesquisas realizadas em alguns golfinhos mortos no estuário – 76 morreram no ano passado, a terceira série de mortes desde 2001 – mostrou que alguns possuíam níveis altos de mercúrio, doenças causadas por fungos, bactérias resistentes a antibióticos e tumores orogenitais. “Precisamos nos perguntar de ondem vêm as bactérias resistentes a antibióticos que atacam os golfinhos”, afirmou o dr. Bossart, envolvido no estudo dos golfinhos do Lago do Rio Indian. “A primeira coisa que vem à mente é a poluição ambiental.”
Na Costa do Golfo, da fronteira entre o Texas e a Louisiana até o “cabo da panela” da Flórida, a morte dos golfinhos vem acontecendo há muito mais tempo. As mortes começaram na Louisiana em fevereiro de 2010, antes do derramamento de petróleo da BP. O derramamento se tornou mais uma das causas possíveis para a alta taxa de mortalidade entre os golfinhos.
“Não podemos dizer com certeza o que o petróleo causou naquele momento”, afirmou Fougeres. “Mas o evento é totalmente novo em ternos da durabilidade da mortalidade e do número de mortes causadas em decorrência do evento.”
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