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O Irão da Pérsia, visto a três
- por Joana Oliveira & Nuno Pedrosa
- Abril 16, 2014
- E mais uma mesquita”… avançámos uns metros… “e outra mesquita”… Quando subimos ao topo do monte onde as ruínas de um castelo fortaleza derretiam sob o peso do abandono, já com a pequena povoação de Mohammadiyeh aos nossos pés e as cúpulas das mesquitas a adornarem o seu perfil, Habib esticou o braço e o sorriso – as rugas que lhe saiam do canto dos olhos eram os raios que davam continuação ao seu brilho , vincando o rosto no seu percurso reto e adquirindo uma pequena curva no tempo que o sorriso durava…- e apontou: “mais uma mesquita, e outra, e outra, e outra, e outra…é só mesquitas por todo lado neste país!”.
- Na noite anterior, quando o nosso táxi nos deixou à porta do hotel, os candeeiros da pequena cidade iluminavam com o seu facho amarelo de luz artificial, os flocos de neve tapizando o chão num forro escorregadio. O olhar de quem recém chega ou não é dali, no Irão, dificilmente passa despercebido, pelo menos é a sensação omnipresente que tivemos nos dois meses e meio que lá passámos. Andar neste país sem certezas ou a passo vagaroso olhando as coisas com deslumbre é forma garantida de fazer novas amizades – aqui ninguém é indiferente nem à sua própria curiosidade, nem à necessidade de oferecer ajuda. Ao hesitarmos quando procurávamos um sítio barato onde comer, fomos abordados por um rapaz alto com o rosto encaixilhado por óculos de massa pretos onde brilhavam dois olhos grandes e vivos, no alto dos quais assentava um gorro de lã tricotado com tons diferentes de azul dando realce à sua tez.
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