POBRE PORTUGAL !!! |
JUIZ DESEMBARGADOR RUI RANGEL |
Rapazes bens cheirosos, charmosos e de porte elegante merecem o
estatuto de excepção. É justo. Os que vieram ao mundo para sofrer e suportar a
canga dos sacrifícios é que devem pagar a crise. Pensar de outra forma é
revelador de inveja, sentimento mais mesquinho do indivíduo. E se refilarem,
porrada neles.
Com o fim do colonialismo, em que tínhamos brancos e negros,
agora temos brancos de primeira, segunda e terceira categorias. É a
estratificação social mais adequada e proporcional à importância do custo e do
cheiro do perfume de cada um. É assim que está o País, cheio de gente que luta
sem esperança. Tiram-lhes tudo sem sequer pedir licença. E todos consentem no
silêncio do sofrimento.
Para além do estatuto de excepção, o Governo criou uma espécie
de apartheid social. Obrigar os homens do caviar a conviver, no mesmo espaço
social, com gente que nada tem, mal nutrida e que não é solidária com o estatuto
de excepção é de uma violência sem limites e piedade. Só a razão pública pode
potenciar a criação de sociedades menos injustas.
Governar é fazer escolhas. As escolhas foram feitas e a lista
dos privilegiados, que gozam deste estatuto de excepção, tem crescido.
No Orçamento para a Assembleia da República, aprovado por todos
os partidos, os deputados e os funcionários da AR mantêm os subsídios de férias
e de Natal em 2012; à semelhança do que se passa na TAP Portugal, para a SATA,
para a CGD e para o Banco de Portugal.
Reparem bem: este ano, o Governo autorizou vinte e três
empresas e institutos públicos a terem regras mais abertas e flexíveis no que
toca às reduções salariais, quer dos trabalhadores, quer dos gestores. Os
principais beneficiários das excepções são os administradores de empresas
públicas, que levaram muitas delas à ruína financeira.
A lista está a crescer não na medida das necessidades, mas da
ganância: CTT, NAV, ANA, Parque Expo, Instituto Nacional de Estatística e
Infarmed…
Haja decoro! Nenhuma razão pública justifica esta afronta de
excepção na não partilha dos sacrifícios.
É muito injusta a sociedade que estamos a criar.É VERDADE SENHOR DOUTOR JUIZ :
AS LEIS EM PORTUGAL SEM ALTAMENTE DESIGUAIS E DESUMANAS !!!!
E SÃO SEMPRE OS MAIS DESFAVORECIDOS QUE NUNCA ESCAPAM AO QUE É MAU NESTE POBRE PAÍS!!!
OBRIGADA AO SENHOR !!!
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