mapa Bairro Alto
FOTOS PRINCIPE REAL..
Principe Real...
O SUBTERRÂNEO DA PRAÇA DO
PRÍNCIPE REAL
Praça do Príncipe Real.
Autocarro: 758. Horário de visita: de segunda a sábado, das 10 às 18
horas
Quem calcorreia as ruas e calçadas
do Bairro Alto e chega ao Jardim do Príncipe Real, dificilmente imaginará que
debaixo dos seus pés há um imenso subterrâneo visitável que poderá percorrer com
toda a segurança.
Trata-se do Reservatório da
Patriarcal, a impressionante cisterna cujo espaço enorme parenta o aspecto
insólito de catedral, e sobre as suas colunas assenta, no exterior, um esbelto
lago com repuxo, com quatro tubos no fundo que se prolongam até à superfície da
água e que funcionavam como escoadouros.
Do interior do Reservatório partem 3
galerias que levam o visitante à descoberta do mundo subterrâneo de Lisboa: uma
entronca na Galeria do Loreto; outra vai em direcção à Rua da Alegria, onde pelo
Aqueduto da Alegria ligava-se ao sistema do Alviela; finalmente, a terceira
galeria vai em direcção à Rua de São Marçal e era a que abastecia a parte
ocidental da cidade. O percurso disponível ao público, com a extensão de 410
metros, inclui a galeria de ligação entre o Reservatório da Patriarcal e a
Galeria do Loreto e o troço desta entre o Príncipe Real e o Jardim de São Pedro
de Alcântara, culminando, de forma surpreendente, no miradouro com o mesmo
nome.
Se as Águas de Alfama
abasteceram Lisboa Oriental, o Reservatório da Patriarcal abasteceu
Lisboa Ocidental. Localizada sob a Praça do Jardim do Príncipe Real (D. José),
também conhecido por Jardim da Patriarcal e Jardim França Borges, esta
gigantesca cisterna subterrânea de formato octogonal edificado em alvenaria de
pedra, com capacidade para 880 m3 de água e cota de soleira de 67
metros, tem 31 pilares de 9,25 metros de altura.
Foi projectada em 1856 pelo
engenheiro-inspector francês Charles Mary e construída entre 1860 e 1864,
passando a abastecer a Baixa da cidade e os bairros ocidentais.
Originalmente o terreno onde está o
Jardim do Príncipe Real era, no século XVII, o lugar destinado a construir um
palácio para o filho do Marquês de Alegrete, contudo, após o seu abandono e
ruína, ficou conhecido como a lixeira do Bairro Alto. Depois o terreno foi
comprado pela Companhia de Jesus que nele construiu o Colégio das Missões,
destruído pelo terramoto de 1755. Numa série de sucessivas utilizações, no
século XVIII foi construída aqui a nova Sé Patriarcal, que também veio a
desaparecer no seguimento de um incêndio, mas o nome pegou e até hoje, desde o
reinado de D. João V, todo este espaço do jardim romântico (mandado construir
pela Câmara de Lisboa em 1830, cujo ex-libris é o enorme cedro do Buçaco)
é conhecido como da Patriarcal, nomeadamente o reservatório.
Com a implantação da rede de
abastecimento da água do Rio Alviela à cidade, em 1949 o Reservatório da
Patriarcal foi desactivado, até que, em 1994, foi recuperado e adaptado para
espaço cultural pelo arquitecto Varandas Monteiro, passando a acolher eventos
socioculturais, nomeadamente espectáculos, exposições de fotografia e escultura.
Em 1995, o projecto de recuperação do Reservatório da Patriarcal foi
distinguido com o Prémio Municipal de Arquitectura Eugénio dos
Santos.
Sem comentários:
Enviar um comentário