Caminhos do Faroeste
A constituição de Centros Hospitalares com unidades que distam
dezenas de quilómetros (o mais recente é o do Algarve) sem cuidar das redes de
referenciação, traz mais problemas do que soluções.
Serve para cortar e emagrecer o SNS, afastando recursos das
populações, sem estudos prévios de como fazer e quais os resultados. Mas o mais
grave são as consequências potenciais para os doentes. O vaivém de doentes entre
as urgências de Torres Vedras e Caldas da Rainha, para trás e para a frente,
afastando primeiro, para depois alguns terem de ser mesmo transferidos para
Lisboa, aumenta perdas de tempo e quilómetros.
Dois exemplos destes tortuosos caminhos do "Centro Hospitalar
do (Far)Oeste", com situações graves e de risco de vida: o doente JA, com
hemorragia cerebral, e o doente FJ, com rutura do esófago. Algum dia morrerá
alguém. A responsabilidade também morrerá, certamente solteira, sendo atribuída
ao "sistema". Mas os responsáveis deste "sistema" têm nomes.
Pergunto-me se terão consciência.
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