sexta-feira, 24 de outubro de 2014

Miguel Araújo & António Zambujo - O Pica do Sete

De manhã cedinho
Eu salto do ninho e vou para a paragem
De bandolete à espera do sete
mas não pela viagem
  Eu bem que não queria
mas um belo dia eu vi-o passar
E o meu peito que é céptico
por um pica de eléctrico voltou a sonhar
  Em cada repique
que salta do clique de aquele alicate
De um modo frenético
o peito que é céptico toca a rebate
  Se eu lhe perguntasse
se tem livre passe para o peito de alguém
Vá-se lá saber talvez eu lhe oblitere o peito também
  Ninguém acredita o estado em que fica o meu coração
Quando o sete me apanha
Até acho que a senha me salta da mão
Pois na carreira desta vida vão
Mas nada me dá a pica que o pica do sete me dá
  Que triste fadário e que itinerário tão infeliz
Traçar meu horário com  o de um funcionário de um trem da carris
  Se o trem descarrila o povo refila e eu fico num sino
Porque um mero trajecto no meu caso concreto é já o destino
  Ninguém acredita o estado em que fica o meu coração
Quando o sete me apanha
Até acho que a senha me salta da mão
Pois na carreira desta vida vão
Mas nada me dá a pica que o pica do sete me dá
  Mas nada me dá a pica que o pica do sete me dá

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