BRASÃO DA MOURARIA
FOTOS DA MOURARIA...
HISTÓRIA DA MOURARIA..
A
Mouraria é um dos mais tradicionais bairros da
cidade de
Lisboa, que deve o seu nome ao facto de
D. Afonso
Henriques, após a
conquista de Lisboa, ter confinado uma
zona da cidade para os
muçulmanos.
Foi neste bairro que permaneceram
os mouros após a
Reconquista
Cristã. Por sua vez, os judeus foram confinados aos bairros do
Castelo.
Neste e nos bairros circundantes, tiveram origem as primeiras produções de
arte mudéjar portuguesa,
que viriam a dar alas para o surgimento do
Manuelino.
A dolência e a melancolia dos seus cânticos estão na origem do
Fado.
Nasceu na
Rua
do Capelão, junto ao Beco dos Três Engenhos,
Maria Severa
Onofriana, primeira fadista portuguesa e expressão máxima do fado à
época
Na casa em frente,
nasceu já no
século XX,
aquele que foi considerado o "rei do
fado da
Mouraria",
Fernando Maurício.
A Rua do Capelão faz
hoje parte da iconografia do
Fado.
Mais
acima, numa casa cor-de-rosa da Travessa dos Lagares, cresceu
Mariza, a mais internacional fadista portuguesa
contemporânea. Junto à casa, agora fechado ao público, localizava-se o
restaurante Zalala, onde Mariza aprendeu a cantar
fado.
Depois da abertura ao público do
Centro
Comercial da Mouraria no
Martim Moniz, o bairro tornou-se
num local bastante movimentado e acolhedor. Actualmente, a Mouraria é
considerado um dos bairros mais seguros da capital; é um ponto de encontro de
gentes de diferentes culturas e, simultaneamente, um local que mantém vivas as
suas antigas tradições populares, como se pode confirmar pela existência de
várias casas de fado, bares, tabernas e colectividades culturais e desportivas a
par de estabelecimentos comerciais de origem chinesa e indiana, entre outros
SEVERA... A GRANDE FADISTA DA MOURARIA..
HISTÓRIA DA "" SEVERA """
Maria Severa Onofriana (
Lisboa,
1820 —
Lisboa,
30 de Novembro de
1846) foi uma
cantora portuguesa de
fado, considerada a mítica fundadora do
fado, caracterizada pelos seus fados lisboetas.
Biografia
Maria Severa Onofriana, filha de Severo Manuel de Sousa e de Ana Gertrudes
Severa (alcunha adaptada do nome próprio do marido), nasceu em 1820 na Rua da
Madragoa (actual Rua Vicente Borga), onde sua mãe tinha uma taberna, tendo
passado por vários locais da cidade até se fixar na Mouraria, onde faleceu.
Os
locais do seu nascimento e da sua morte estão devidamente assinaladas com uma
lápide, colocadas com o apoio da Câmara Municipal de Lisboa.
Seu pai era de etnia cigana, e a mãe uma portuguesa de Ovar que, com outros
pescadores da região, emigrara para Lisboa . Atribui-se a essa ascendência
cigana a sua beleza exótica e o seu cantar expressivo, que conquistou os boémios
da capital.
Sua mãe, Ana Gertrudes Severa, era uma célebre prostituta da Mouraria e Maria
Severa terá ingressado muito cedo na mesma profissão, depressa se distinguindo
nesse meio, não só - e muito em particular, como seria de esperar em semelhante
contexto - pela beleza trigueira, como ainda pelos dotes invulgares de
cantadeira de Fado.
Em 1831 morava na Rua Direita da Graça, terá ainda morado no Pátio do
Carrasco, ao Limoeiro por alturas de 1844-45, viveu no Bairro Alto à Travessa do
Poço da Cidade, antes de se fixar definitivamente na Mouraria, na Rua do Capelão
nº 35-A, ao tempo chamada de Rua Suja, era frequentada pelos marujos portugueses
e ingleses.
De Severa contam-se muitas histórias dela e/ou com ela, umas talvez
verdadeiras, outras talvez não tanto.
Conta-se que percorria os bairros populares de Lisboa, e a sua voz animou as
noites de muitas tertúlias bairristas, tabernas ficaram famosa só pela sua
presença.
Teve vários amantes conhecidos, entre eles o
Conde de Vimioso (Dom Francisco de Paula
Portugal e Castro) que, segundo a lenda, era enfeitiçado pela forma como cantava
e tocava
guitarra, levando-a
frequentemente à
tourada.
Morreu de
tuberculose a 30
de Novembro de 1846, num miserável bordel na rua do Capelão, na
Mouraria, em Lisboa, tendo sido
sepultada no cemitério do Alto de S. João numa vala comum. Consta que as suas
últimas palavras terão sido — “Morro, sem nunca ter vivido” — tinha 26 anos
.
A sua fama ficou a dever-se em grande parte a
Júlio Dantas cuja novela "A Severa" viria a
originar uma peça levada à cena em 1901, bem como ao primeiro filme sonoro
português realizado por
Leitão de Barros em 1931. No
filme
Fados do realizador espanhol
Carlos Saura ela é
representada pela fadista
Cuca
Roseta.