terça-feira, 25 de outubro de 2011

PORTUGAL-- ""UE"""

       PORTUGAL

Sem rodeios

Por:Luís Marques Mendes, Ex-Líder do PSD

A hora H

Esta semana é decisiva para a Europa e importante para Portugal. Joga-se o futuro do euro, aquele que é o maior projecto europeu e cujo falhanço pode provocar um enorme desastre económico. Ou os líderes europeus têm a visão que lhes têm faltado ao longo dos últimos dois anos ou então o desastre pré-anunciado torna-se inevitável. Dir-se-á que pedir isto a quem tem pecado por falta de liderança é pedir muito. Talvez seja. Mas é a única forma de salvar uma ideia generosa e evitar uma tragédia. Sabe-se como começa, mas nunca se sabe com que proporções acaba.

Esta crise das dívidas soberanas tem um início e pode ter um fim. Ela iniciou-se há dois anos, com o problema da Grécia. Então, o clube do euro falhou em toda a linha. Primeiro, por deficiente supervisão, não foi capaz de prever e muito menos prevenir a tragédia grega; depois, demorou uma eternidade a decidir ajudar financeiramente a Grécia, ao contrário da responsabilidade de uma união monetária; finalmente, aplicou à Grécia uma terapia de tal choque que ninguém acredita na viabilidade da solução. Consequência desta deplorável actuação: de um caso isolado, o problema grego resvalou para uma crise sistémica do euro, o efeito contágio chegou à Irlanda e a Portugal e ameaça a Espanha e a Itália, os mercados sentiram terreno fértil para reforçar a sua lógica especulativa e a Europa transmite uma ideia duplamente confrangedora – a ideia de impotência e de falta de solidariedade.
Claro que esta crise pode ter um fim. É possível salvar a moeda única. Mas tal só acontecerá quando os países do euro assumirem solidariamente a dívida comum e garantirem, por actos e palavras, que nenhum país do euro entrará em incumprimento. Do reforço do fundo de resgate aos eurobonds há vários instrumentos importantes. O essencial, porém, é a vontade política. Exactamente o que tem faltado. Numa União em que a Comissão Europeia não existe e a maior parte dos líderes europeus não manda, resta--nos esperar que Merkel e Sarkozy tenham um intervalo de lucidez. Só é pena que depois de tantos estadistas de envergadura a Europa esteja hoje dependente desta dupla. O projecto europeu, de que o euro é a cereja no topo do bolo, merecia bem melhor.

ESPEREMOS ??????.....
                                                                         

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