teatro
O Teatro Nacional abriu as suas
portas a 13 de abril de 1846, durante as comemorações do 27.º aniversário da
rainha Maria II (1819-1853), passando por isso a exibir o seu nome na designação
oficial. Na
inauguração, foi apresentado o drama histórico em cinco atos O Magriço e os Doze
de Inglaterra, original de Jacinto Aguiar de Loureiro. Mas a história do Teatro Nacional
D. Maria II começa dez anos antes da sua inauguração.
Na sequência da revolução de 9 de setembro de
1836, Passos Manuel assume a direção do Governo e uma das medidas que tomou
nesse mesmo ano foi encarregar, por portaria régia, o escritor e político
Almeida Garrett de pensar o Teatro português em termos globais e incumbi-lo de
apresentar "sem perda de tempo, um plano para a fundação e organização de um
teatro nacional, o qual, sendo uma escola de bom gosto, contribua para a
civilização e aperfeiçoamento moral da nação portuguesa”.
Por esse mesmo
decreto, Almeida Garrett ficou encarregue de criar a Inspeção-Geral dos Teatros
e Espetáculos Nacionais e o Conservatório Geral de Arte Dramática, instituir
prémios de dramaturgia, regular direitos autorais e edificar um Teatro Nacional
"em que decentemente se pudessem representar os dramas nacionais".
O ambiente romântico que se vive nesta altura em
toda a Europa determina a urgência em encontrar um modelo e um repertório
dramatúrgicos nacionais, ou seja, o aparecimento de um teatro (e de um
repertório) nacional era uma questão não só cultural como, sobretudo, política e
assumida como um assunto estreitamente ligado à própria independência da nação,
que saíra de tempos conturbados após as invasões francesas e as lutas
liberais.
Entre 1836, data da criação legal do teatro, e
1846, data da sua inauguração, o já existente e decrépito Teatro da Rua dos
Condes funcionou como provisório Teatro Nacional. Após muita polémica, o local
escolhido para instalar o definitivo Teatro Nacional foram os escombros do
palácio dos Estaús, antiga sede da Inquisição e que, também em 1836, tinha sido
destruído por um incêndio. A escolha de um arquiteto italiano, Fortunato Lodi,
para projetar e executar o Teatro Nacional não foi isenta de críticas e só em
1842 Almeida Garrett consegue dar início às obras.
Durante um largo período de tempo, o Teatro
Nacional foi gerido por sociedades de artistas que, por concurso, se habilitavam
à sua gestão. Após a implantação da República, passou a chamar-se Teatro
Nacional de Almeida Garrett. A gestão mais duradoura foi a de Amélia Rey Colaço
/ Robles Monteiro, que permaneceu no teatro de 1929 a 1964, mas a mais célebre
terá sido a da companhia Rosas e Brasão, entre 1881 e 1898, durante a qual foi
ousada uma mudança de reportório (primeiras criações de peças de Shakespeare em
Portugal).
INCÊNDIO
1964 - Incendio Teatro Dona Maria II
Na madrugada de 2 de dezembro de 1964 um violento incêndio
destruiu por completo o Teatro Nacional D. Maria II, apesar da quantidade de
meios de socorro empregue.
A dimensão do sinistro, a sua localização no centro da cidade
e a carga cultural do espaço deram origem a reportagem no Século Ilustrado que
poderá agora consultar.
Em 1964, o Teatro Nacional foi palco de um brutal
incêndio que apenas poupou as paredes exteriores e a entrada do edifício. O
edifício que hoje conhecemos, e que respeita o original estilo neoclássico, foi
totalmente reconstruído e só em 1978 reabriu as suas portas.
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